sexta-feira, 18 de maio de 2012
Surdos e Cegos Diantes dos Sinais
Lc 21,25 - Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as noções ficarão angustiadas, apavoradas com o bramido do mar e das ondas.
Não é com trombetas e cânticos de alegria que abrimos este ano, mas com a lembrança apertada da ira de Deus que se abate sobre a terra para mostrar aos homens que só Ele é o Senhor. Alguns podem contestar a idéia de que sejam um castigo divino as tragédias no mundo, mas não podem esconder que pelo menos 50% de chances existem para que o seja. Eu, de minha parte, espero sinceramente que assim seja, e estou convencido disso, pois os desígnios de Deus são sempre sábios e visam à salvação do maior número possível da humanidade.
Prefiro a idéia de Deus castigando a humanidade que, aqui para nós, abusa a muitos séculos da capacidade de pecar, do que de uma simples permissão divina, anódina e sem conseqüências para a salvação tão esperada no céu. Si é para que muitos se convertam, que venham as ondas, os raios, o fogo, que caiam do céu os meteoritos, os satélites, que calem os telefones, internets e globalizações para que os homens descubram que são pó e para o pó voltará.
Se houvesse no mundo ainda algum tipo de honradez, de nobreza de alma, não seria a significativa fumaça que tamparia o brilho dos fogos de Copacabana, mas o sentimento profundo de que não se pode alegrar com tal ênfase diante de tanta dor e confusão. Mas é o dinheiro que tem a primazia, o circo deve continuar, como nos tempos da Arca de Noé.
Não posso deixar de me questionar sobre o papel da Igreja num momento como este. Mais uma vez (até quando, Senhor?) somos obrigados a perguntar: - Onde estão os senhores bispos? Porque não saíram às ruas tocando o dobre ao canto das Ladainhas penitenciais? Porque não gemem e pedem por clemência a Deus? Em tempos mais católicos o povo fiel estaria nas ruas pedindo perdão por seus pecados e por aqueles que se foram de modo tão repentino, tão claramente correspondendo às Escrituras:
Mt 24,28-41 - Nos dias que precederam o dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E os homens de nada sabiam, até o momento em que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também na volta do Filho do Homem. “02 homens estarão trabalhando no campo: 01 será levado e o outro será deixado. 02 mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada.
Estarei eu sonhando? Serei um superficial demagogo usando as profecias para assustar com minha retórica induzindo pelo medo à conversão? De que têm medo os pastores católicos? De serem antipáticos, rechaçados pela mídia internacional porque falam uma linguagem de conversão, de penitência? Vamos até lá e ouçamos o que nos têm a dizer os pastores:
Pensamos também os milhões de sobreviventes atingidos pela perda de familiares e amigos, pela destruição de suas casas e a perda de tudo, o que lhes causa não pouco desconforto. Esta catástrofe seja uma ocasião para que todo mundo possa vencer egoísmos e viver a solidariedade de irmãos. Mas essa linguagem, essa inimaginável "profundidade" de pensamento nós encontramos ao ar livre em cada esquina, em cada mesa de bar, diante da cerveja ou da televisão! Não se pode admitir que os pastores falem assim, que só pensem na solidariedade, que não falem na salvação das almas e que deixaram de pregar a existência do inferno. Será possível que não vejam que abandonaram há muito tempo o mister pastoral de conduzir ovelhas para o céu?
E o católico diante de tudo isso? Pensemos nós, então, mas pensemos em bom português! Para nós fica a lembrança de que Deus Nosso Senhor pode, com o sopro da sua boca, despachar para o juízo da morte a quantos Ele queira e que não tem cabimento vivermos no mundo de modo tão mergulhado, tão apegado às coisas e a nós mesmos, como temos vivido. Somos herdeiros de uma doutrina, de um Evangelho, que prega o desapego, o desprezo mesmo pelas riquezas, pelo conforto, pelo prazer, para nos dedicarmos à Felicidade Eterna, que nos foi prometida e que virá, sem nenhuma dúvida, mais cedo ou mais tarde. E se tarda, não é motivo para esquecermos-nos das verdades que nos esperam, como os Israelitas se esqueceram da Terra prometida. Quando Deus lhes fez chover do céu codornizes suculentas para comerem, porque estavam enjoados do maná! Queremos pensar agora porque na hora em que Ele vier não haverá tempo para isso!
“Vigiai, pois, porque não sabeis à hora em que virá o Senhor. Sabei que se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai também vós preparados porque o Filho do Homem virá numa hora em que menos pensardes. Quem é, pois, o servo fiel e prudente que o Senhor constituiu sobre os de sua família, para dar-lhes o alimento no momento oportuno? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, na sua volta, encontrar procedendo assim! Em verdade vos digo: ele o estabelecerá sobre todos os seus bens. Mas, se é um mal servo que imagina consigo: - Meu senhor tarda a vir, e se põe a bater em seus companheiros e a comer e a beber com os ébrios, o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e na hora em que ele não sabe, e o despedirá e o mandará ao destino dos hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.” Pois há quem muito é dado muito será cobrado.
Muitos acontecimentos recentes podem ser interpretados à luz de alguma profecia dos Evangelhos. Mas nunca, que me lembre, assistimos a um acontecimento onde a profecia poderia perfeitamente ser uma manchete de jornal.
Muito tempo pode decorrer antes do fim do mundo, durante o qual os sinais vão se seguindo para alertar aos católicos atentos sobre a marcha do tempo e do fim dos tempos. Mas não me venham também dizer que não há motivos para se tomar uma atitude forte. O mundo necessita da conversão de milhões e milhões de homens ao único Deus e nosso Senhor Jesus Cristo, e sua Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Evidentemente esta linguagem de conversão, fim do mundo, única Igreja etc. já foi abandonada pelos pastores do Vaticano II há 40 anos. Após todo esse tempo pregando o falso ecumenismo, como podemos esperar que os pastores chamem o povo à conversão?
Por isso eles vão continuar "comendo e dançando, casando e dando-se em casamento" e serão levados para o lugar do choro e do ranger des dentes.
Mas "o justo vive da Fé". Tenhamos, pois os olhos da Fé sobrenatural, da dócil submissão de nossas almas à verdade revelada por Deus que é o único modo de vigiar que nos foi dado pelos céus. Vigiar é estar atento às palavras reveladas e mover nossos corações a um amor tão intenso por Deus, nele mesmo, que possamos deixar de lado tantos atrativos para o pecado e para o abandono da oração. Rezemos o Terço, busquemos no Santo Sacrifício da Missa, a verdadeira, a católica, o alimento para a nossa fé. Porque este é o único critério dado por Nosso Senhor para o dia do seu retorno. Ele vai separar os homens entre os que têm fé e os que abandonaram a verdade divina. Mais do que nunca, este ano, Nosso Senhor quis que no tempo do Natal, meditássemos na sua segunda vinda.
A Igreja nos traz, na semana do Natal, uma pequena frase que é cantada hora e outra como antífona: "deita-se na manjedoura aquele mesmo que reina nos céus". É essa recomendação que dou aos professos e fiéis nestes dias de confusão pelo bramido do mar e das ondas, e que deixo para os leitores do Homilia: adoremos a Nosso Senhor com verdadeira submissão, atitude de dobrar nossa cabeça altiva e estúpida diante deste Rei que governa o mundo da gruta de Belém, da Cruz de Jerusalém, como do céu. Aproximemo-nos da gruta, estejamos em torno da manjedoura, junto com os pastores. Que nossas almas, ali, respirem fundo de alívio, de esperança, porque o Senhor falou neste Natal terrível e manifestou-se aos homens - Fale, Senhor, que vosso servo escuta!
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